
Oxandrolona em mulheres: o que você precisa saber antes de usar
Nathan Silva
8/6/20253 min read
Eu sei, garotinha…
Você tá de olho naquele “remedinho mágico” pra secar, ganhar músculo e talvez, quem sabe, ficar com o shape da Isa Pecini.
Mas antes de tomar essa decisão, deixa eu te explicar, com base científica, o que de fato acontece no seu corpo quando você usa oxandrolona.
1. Por que mulheres usam oxandrolona?
A oxandrolona é um esteroide anabolizante sintético derivado da diidrotestosterona (DHT), desenvolvido inicialmente na década de 1960 para tratar perda de peso e doenças catabólicas.
Ela se popularizou entre mulheres porque é um dos poucos anabolizantes com risco mais “controlado” de virilização, em comparação a compostos como testosterona, estanozolol ou trembolona.
💡 Fato importante:
A testosterona, hormônio essencial no metabolismo masculino, não é o principal hormônio no corpo feminino. Os níveis normais de testosterona em mulheres variam entre 15 a 70 ng/dl, enquanto em homens os níveis estão entre 300 a 1000 ng/dl.
Ou seja, qualquer elevação significativa nesse eixo pode causar efeitos colaterais visíveis e muitas vezes irreversíveis.
2. O que acontece se uma mulher usa testosterona?
Quando uma mulher administra testosterona exógena (mesmo que em doses "baixas"), o corpo começa a apresentar sinais de virilização, incluindo:
Engrossamento da voz
Crescimento de pelos faciais (bigode, costeletas)
Queda de cabelo no padrão masculino
Hipertrofia do clitóris (clitoromegalia)
Aumento de acne e oleosidade
Alterações no ciclo menstrual
🔴 Esses efeitos são geralmente irreversíveis, mesmo após cessar o uso.
Por isso, a oxandrolona é preferida, já que tem menor afinidade androgênica, ou seja, menos propensão a causar esses efeitos – mas não isenta.
3. Benefícios da oxandrolona em mulheres (com dieta e treino)
Quando usada sob acompanhamento e com estilo de vida estruturado, os principais efeitos esperados da oxandrolona são:
✅ Aumento da força muscular
✅ Ganho de massa magra (especialmente em iniciantes)
✅ Redução de gordura corporal
✅ Melhora da recuperação entre treinos
✅ Aumento de síntese proteica e retenção de nitrogênio
📌 Estudos clínicos mostram que doses entre 5 a 10 mg/dia por até 6 semanas podem gerar ganhos visíveis, especialmente em mulheres com baixo índice de massa muscular. Porém, a segurança a longo prazo não é bem estabelecida.
4. Mas... e os riscos?
Apesar de sua fama de "leve", a oxandrolona não é isenta de colaterais.
⚠️ Principais efeitos adversos:
Hepatotoxicidade: como é um 17-alfa-alquilado, agride o fígado diariamente.
Supressão do eixo hormonal: após o uso, a produção natural de hormônios sexuais pode cair.
Alterações no perfil lipídico: HDL (colesterol bom) tende a diminuir, e LDL (colesterol ruim) pode aumentar.
Acne, oleosidade e mudanças de humor
Queda de cabelo
Inibição do ciclo menstrual
🧠 Em alguns casos, há também relatos de aumento de compulsão alimentar, especialmente em mulheres sem controle dietético. A droga aumenta o metabolismo, mas também aumenta a fome.
5. Considerações finais: vale a pena?
Se você não faz dieta, não treina com consistência e não tem acompanhamento clínico, o uso de oxandrolona pode:
🔹 Piorar sua saúde metabólica
🔹 Desregular seu sistema hormonal
🔹 Não trazer os resultados esperados (e gerar frustração e desmotivação)
💬 Por isso, repito o mantra que carrego comigo:
“Se você não quer ser atleta, nem chega perto disso.”
Os riscos não compensam os ganhos quando o uso é apenas estético, inconsequente ou mal orientado.
Hormônio é coisa séria — mexer com o seu eixo endócrino não é como trocar o suplemento da semana
Referencias:
Oxandrolona em mulheres: o que a ciência diz 🔍 A oxandrolona é um esteroide anabolizante sintético derivado da diidrotestosterona (DHT), comumente utilizado por mulheres por apresentar menor potencial androgênico.
Estudo clínico (Bhasin et al., 2001): demonstrou que doses crescentes de esteroides anabolizantes elevam força e massa muscular, mas com riscos colaterais aumentados.
Estudo com mulheres (Yesalis et al., 1990) mostrou que a oxandrolona, mesmo em doses baixas (5–10 mg), pode afetar perfil lipídico, fígado e sistema endócrino.
DHT e hepatotoxicidade: como é um esteroide 17α-alquilado, pode causar danos hepáticos com uso prolongado (Fonte: Nieschlag et al., 2004).
Testosterona e mulheres: níveis normais em mulheres são entre 15 a 70 ng/dL, enquanto nos homens variam entre 300 a 1000 ng/dL (Endocrine Society, 2020). Qualquer elevação significativa pode levar a efeitos virilizantes irreversíveis.